I move faster alone

Quando me perguntam se tenho medo de ir fotografar sozinho, em locais potencialmente perigosos, com pessoas que podem descompensar a qualquer momento, a horas que não são recomendadas, respondo em jeito do Sergeant Elias, no filme Platoon (1986):

– Não. Eu movo-me mais depressa sozinho.

Quando chego ao local, faço um reconhecimento, para perceber se há alguém acordado, ao mesmo tempo que avalio bons locais para fazer fotografias.
É importante perceber se há pessoas acordadas. Estas podem denunciar a nossa posição e tornar a missão ligeiramente mais espinhosa.
Por vezes também há obstáculos, que facilitam o meu modo incógnito. A movimentação é cautelosa e relativamente lenta, quanto mais próximo estou do sujeito.

Uma das vantagens do modo solitário é não ter que me preocupar com quem me acompanha. Essa pessoa pode revelar inadvertidamente uma das duas posições, e temos que bater em retirada rapidamente, queimando uma oportunidade de registos.

Agir rápido, com subtileza e foco, proporciona bons registos. Três segundos é o suficiente para tudo mudar e perde-se um bom enquadramento, porque a pessoa mexeu-se, tossiu, acordou e já está em pé a indagar porque é que apareceu alguém com uma máquina fotográfica, enquanto ele dormia.

Já aconteceu ter sido confrontado e como estava sozinho: retreat.